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19.11.2025

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Dia da Consciência Negra: cooperar para refletir, incluir e transformar

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Celebrado em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra é uma data instituída oficialmente pela Lei nº 12.519 de 2011, em homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil. A data se tornou feriado nacional no ano passado, a partir da sanção da Lei nº 14.759, em dezembro de 2023. Antes disso, o Dia da Consciência Negra já era feriado em alguns estados e municípios, dependendo de leis estaduais ou municipais específicas.  

E porque a Coprel está abordando este tema? Como cooperativa, temos o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária. O 7º princípio do cooperativismo é o Interesse pela Comunidade, portanto, queremos promover uma reflexão sobre a importância da igualdade racial, do respeito e da valorização da diversidade que forma o povo brasileiro. E para isso, queremos ir além de um lembrete ou “parabéns” nas redes sociais. 

No Brasil, a definição de raça e cor parte da autodeclaração, ou seja, de como cada pessoa se reconhece a partir de suas características físicas e de sua identidade. De acordo com o Censo Demográfico mais recente, de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pela primeira vez o número de pessoas pretas e pardas ultrapassou a metade da população brasileira. O levantamento aponta que 45,3% dos brasileiros se declaram pardos; 43,5% brancos, 10,2% pretos; 0,6% indígenas e 0,4% amarelos.

Entretanto, a realidade regional apresenta muitas diferenças. No Rio Grande do Sul, segundo o mesmo Censo, 78,4% da população é branca, 14,7% parda e 6,5% preta, configurando o estado com a maior proporção de população branca do país. Esses dados revelam que, em estados como o nosso, os desafios para a visibilidade e representatividade da população negra podem ser ainda maiores.

Apesar das diferenças nos percentuais da população negra residente nas diferentes regiões do país, os dados do IBGE evidenciam desigualdades estruturais em todo o Brasil, independentemente da predominância racial da população. Os indicadores sociais mostram que, no Brasil, pessoas pretas e pardas enfrentam maiores dificuldades de acesso à educação, trabalho formal, renda, moradia digna e espaços de liderança. Negar a existência do racismo estrutural é, portanto, uma forma de perpetuá-lo. Reconhecer essas disparidades é o primeiro passo para transformá-las, com políticas e atitudes que promovam inclusão e oportunidades reais.

O Dia da Consciência Negra é, assim, um convite à reflexão, mas também à ação. É uma data para exaltar as conquistas, os direitos e a rica contribuição da população negra à formação cultural, social e econômica do Brasil. Assim como celebramos com orgulho os 200 anos da imigração alemã e os 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, reconhecendo a importância das tradições europeias para o desenvolvimento do Estado, é igualmente fundamental valorizar as raízes afro-brasileiras, que estão na base da nossa música, da nossa culinária, da nossa fé e da nossa identidade.

Outro exemplo que temos na região de atuação da Coprel é o Feriado do Colono e Motorista (comemorado dia 25 de julho) que celebra o trabalho e as tradições dos descendentes de imigrantes europeus que colonizaram o interior gaúcho. Essa valorização cultural é legítima e necessária. Mas o mesmo orgulho e reconhecimento devem alcançar as marcas culturais e históricas da população negra, que com sua força, criatividade e resiliência ajudou (e continua ajudando) a construir o Brasil que conhecemos.

A cooperação entre diferentes raças, etnias e culturas é o que dá sentido à própria existência de uma cooperativa. Para a Coprel, refletir, incluir e transformar são verbos que fazem parte de um compromisso contínuo com o respeito, a equidade e a valorização de todas as pessoas. A diversidade fortalece o coletivo, amplia perspectivas e gera inovação: princípios que sustentam o cooperativismo e inspiram o nosso modo de agir.

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